Elas
foram duramente perseguidas pela Igreja Católica durante os tempos
de Inquisição. Pintadas como mulheres más, feias e velhas, com chapéu pontudo na cabeça, voando numa vassoura ou em frente a um
caldeirão fazendo feitiços.
As
bruxas assim foram retratadas durante muitos anos pela sociedade, mas
durante as últimas décadas, este retrato mudou de forma
significativa. Andreia B. Osório em sua tese de mestrado “Mulheres
e deusas: Um estudo Antropológico sobre a Bruxaria Wicca”, afirma
que a bruxaria que vive nos contos infantis está saindo das páginas
dos livros para ganhar espaço no mundo moderno; participa de
programas de televisão, publica obras literárias próprias, é uma
mulher com alto grau de instrução, pertencem à classe média,
habitam em grandes centros urbanos e são na sua maioria jovens e
bonitas, ou seja, não são mais as camponesas toscas que se perdiam
na floresta e raptavam crianças para cozinhar e seus caldeirões,
elas são as wiccas, as bruxas modernas que emergem em tempos
contemporâneos e a bruxaria para elas é uma religião.
O ressurgimento da religião dos Celtas.
Para Vivi
Fernandes de Lima, a wicca fez ressurgir a religião dos Celtas nos
anos de 1950 e tem formado bruxas e bruxos no Brasil. A wicca é a
religião dos bruxos e, é baseada no culto de uma deusa e de um deus
que descendem de rituais de diversas tribos pagãs desde o período
paleolítico, é uma mistura rituais de magia dos egípcios, dos
indianos, e do conjunto de povos de origem Celta. Vivi Fernandes de
Lima explica que segundos relatos de wiccanos, essa bruxaria moderna
com misturas de rituais de religiões pagãs antigas, ressurgiu nos
anos 1950, através de Gerald Bros Seau Gardner (1884-1964) que
começou a modernizar os rituais, ele também incluiu experiências
em outros grupos religiosos secretos, como a Ordem Mágica, Rosa-cruz
e a Maçonaria.
Como se
vê, a wicca é uma mistura de religiões, pois segue a lógica dos
antigos celtas, que não tinham um deus específico para adorar, como
os israelitas por exemplo, mas o que tinham era um panteão de
deuses, onde cada tribo tinha a sua deusa ou deus de devoção.
Gardner portanto baseou-se nisso para fazer seus estudos e fundar a
wicca que pode ser definida como bruxaria moderna que cultua uma
deusa e um deus que descendem de rituais de sociedades tribais
antigas como os Celtas.
Andreia
B. Osório também concorda com Fernandes, quando diz que a bruxaria
wicca, formulada por Gardner na Inglaterra, constitui uma forma de
religião que remota à era pré-histórica, uma religião de culto
a deusa terra, na forma de adoração a uma divindade feminina, a
grande mãe ou deusa, e a uma divindade masculino o deus cornífero,
que sobrevivendo ao processo histórico, seria a mesma religião das
bruxas medievais levadas à fogueira, que hoje se apresentam com a
faceta evidenciada através da wicca.
Símbolos
da bruxaria wicca.
Os
diversos símbolos na Wicca são a linguagem criadora que expressam o
que "não pode ser dito claramente". Algumas tradições
utilizam o símbolo de uma mulher pisando numa serpente
ou um homem derrotando um dragão,
símbolo da dominação ou da vitória diante das vontades fracas, e
que pode ser um símbolo análogo às imagens católicas de Nossa
Senhora de Imaculada Conceição e de São
Jorge A serpente
representa a ambivalência de toda manifestação e é maléfica
sobre a aparência de Tifão
e de Píton ou
também pode representar sabedoria, como indica seu nome grego Ophis,
anagrama por uma letra da sabedoria, Sophia.
O culto à serpente é encontrado em todas as partes do mundo e em
todas as religiões e é associado à transcendência
e à iluminação.
A serpente é citada por Buda,
pela Bíblia
(serpente do paraíso ) por Jesus
Cristo, pelos egípcios
(deusa Ísis,
Uadjit, entre
ouros), gregos
(Pítia), e
romanos.
Além
desses, existem muitos outros símbolos, como o da Mãe
Tríplice, também usada no Dianismo
e no neo-Druidismo,
baseada nos escritos de Robert
Graves, retratando as três faces da Deusa: A Donzela/Virgem,
a Mãe, e a Anciã.
A Donzela representa encantamento, criação, expansão, a promessa
de novos começos, nascimento, juventude e entusiasmo juvenil,
representada pela lua
crescente; a Mãe representa maturação, fertilidade,
sexualidade, respeito, estabilidade, poder, vida e é representada
pela lua cheia;
A Anciã representa a sabedoria, o repouso, a morte e terminações,
e é representada pela lua
minguante (imagens ao lado).
Outro
símbolo menos usado nas tradições da Wicca mas bastante constante
em outras formas de neopaganismo
é a Estrela
de David, a estrela
de seis pontas.
É de se notar sua composição, onde na alquimia
o triângulo apontado para cima e o triângulo apontado para baixo
diferem em signos mas juntos formam a Estrela de David:
A
Estrela de
David, que é a interação e a origem de toda criação.
Pentagrama
Wicca
(circunscrito) representando os quatro
elementos e o Espírito
O
pentagrama, a
estrela
de cinco pontas,
por sua vez, é um outro símbolo, mais utilizado pelos wiccanos que
a Estrela de David, e praticamente obrigatório na maior parte das
tradições wiccanas.
Este não é exclusivamente Wicca; o pentagrama era o signo secreto
dos Pitagóricos.
Embora haja distinção entre a doutrina exotérica de Pitágoras
(que concerne a conexão entre música
e aritmética
e o vínculo da matemática
à ciência) e a
esotérica, dirigida aos iniciados, pode-se dizer que tanto para um
quanto para outro o pentagrama é uma indicação da vida e da
inteligência, e para os Wiccanos simboliza ainda os quatro
elementos acrescentado do Espírito,
no ponto mais alto do ângulo.
No entanto,
no Satanismo, e
exclusivamente nele, invertido ou com uma representação de um bode
negro o pentagrama simboliza o mal. Agora, na Wicca, ao que concerne
de uso mais pessoal e individual, existem os talismãs,
muitas vezes representados com pentagramas como o da figura acima,
que garantem aos magos a prevenção contra os eventuais "Choques
de Retorno". O talismã não pode ter em sua fabricação um
elemento de fetiche
(como os amuletos)
mas um elemento natural: ossos,
pedras, dentes,
conchas, etc. Para os wiccanos o
talismã não protege, como o amuleto, contra todo mal, senão apenas
contra tal ou qual influência determinada em tal ou qual caso. Sua
virtude se apóia em quatro elementos:
a) o momento da sua criação;
b) a matéria de que é feito;
c) as figuras que comporta;
d) as inscrições que nele estão gravadas.
a) o momento da sua criação;
b) a matéria de que é feito;
c) as figuras que comporta;
d) as inscrições que nele estão gravadas.
A
crença em sua influência depende de seu material, mas sempre é
lógica e simbólica: se o talismã suporta rubi,
p.ex., imediatamente terá conexões com Marte, tanto o planeta
quanto o ser
mitológico. O Pantáculo,
por sua vez, é a forma mais evoluída de talismã e procede da ideia
de um objeto que contém o todo, que resume o todo, que é a síntese
do macrocosmo.
Outros símbolos menores na Wicca são o Tríscele,
a Triquetra, e
as Três Lebres.