Todo mundo deve obedecer às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas. Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos. (Romanos 13:1-2)
É importante lembrar que, ao longo das Escrituras,
encontramos exemplos de crentes que se recusaram a obedecer a autoridades
quando as leis dessas autoridades entraram em conflito direto com os princípios
de fé e moral expressos na Palavra de Deus. Daniel, por exemplo, continuou a
orar a Deus, mesmo quando a autoridade proibiu suas orações. Os três Jovens
hebreus: Sadraque, Mesaque e Abednego, recusaram comprimir o decreto do rei
Nabucodonosor, o qual dizia que todo homem deveria se prostrar e adorar a
imagem de ouro que ele mandou fazer. Os
apóstolos também se recusaram a parar de pregar o evangelho, apesar das ordens
das autoridades. Em ambos os casos, esses indivíduos agiram com base em suas
convicções e princípios bíblicos e obedeceram mais a Deus que os homens.
Portanto, embora Paulo ensine a submissão às
autoridades, isso não implica uma obediência cega ou inquestionável. A
submissão, por tanto, deve ser equilibrada com a consciência das questões
éticas e morais estabelecidas na Palavra de Deus, e os crentes são chamados a
priorizar os princípios fundamentais ensinados na Bíblia Sagrada.
A ideia de autoridade
As autoridades governamentais foram ordenadas por
Deus na Torá e, posteriormente, adotadas por outras nações. A ideia de
autoridades governantes se origina de Deus é encontrada em algumas passagens
das Escrituras, incluindo as do apóstolo Paulo, como mencionado em Romanos 13 e
passagens do Antigo Testamento, onde encontramos exemplos de juízes e reis
sendo apontados por Deus para governar o povo de Israel.
No entanto, devemos ressaltar que nem todo governo
ou autoridade representa expressamente a vontade de Deus ou age de maneira
digna. A história mostra que houve líderes governamentais que abusaram de seu
poder, oprimiram o povo e agiram em desacordo com os princípios morais
estabelecidos pelo próprio Deus. Assim, embora a ideia de autoridades
governantes possa ter sido instituída por Deus com o propósito de proteger e
servir o povo, a realidade é que os seres humanos são falíveis e suscetíveis a
erros e portanto, no decorrer do percurso governamental, muitos líderes que
chegaram ao trono pela permissão de Deus, acabaram se desviando do caminho da
justiça e retidão.
Uma analogia com o casamento
Podemos fazer uma analogia com o casamento. O
casamento é considerado uma instituição divina em muitas tradições religiosas,
mas nem todos os casais conseguem viver de acordo com os princípios do
casamento e refletir adequadamente os propósitos estabelecidos por Deus. Da
mesma forma, nem todos os governos ou líderes são capazes de representar
plenamente os princípios e valores que fundamentam que sua liderança se origina
em Deus.
Assim como alguns casais podem falhar em cumprir
seus votos e princípios, alguns líderes governamentais também podem abusar de
seu poder, agir de forma opressora e não representar adequadamente a vontade de
Deus. Os líderes que em sua forma de governo apresentam um caráter de opressão
ao povo, e procuram tolher a liberdade, são como maridos que não refletem em
suas atitudes os votos de casamento.
Da mesma forma que um jovem cristão deve avaliar as
atitudes da sua noiva antes do casamento, os crentes devem discernir e avaliar
o caráter e as ações das autoridades governamentais em relação aos princípios
éticos e morais ensinados na Palavra de Deus, ante de declarar: “eu te aceito”,
confirmando seu voto na urna. Fazendo assim, estaremos ajudando a garantir que
o apoio a governos e líderes seja baseado em princípios sólidos e na busca pela
justiça e bem-estar comum, ao mesmo tempo em que se reconhece a imperfeição
humana e a necessidade contínua de vigilância e responsabilização das atitudes.
Deus deu ao povo o poder de escolha.
O governo é a face do povo e representa o coração do povo.
No contexto das Escrituras, especialmente no Antigo Testamento, vemos uma
conexão entre as ações do povo em relação à sua fé e obediência a Deus e a
qualidade de seus líderes e governantes. Quando o povo se afastava de Deus e se
envolvia em idolatria ou injustiça, eles muitas vezes acabavam com líderes que
refletiam essa realidade e que não governavam de acordo com os princípios
divinos. Isso, por sua vez, resultava em períodos de instabilidade e sofrimento
para o povo.
No entanto, esta expressão: “constitui sobre nós um rei, o qual exerça a justiça sobre nós”, causou um profundo desgosto ao coração de Samuel, e então ele invocou o Nome de Yahweh e orou ao SENHOR. O SENHOR Deus então lhe respondeu em seguida: “Atende, pois, a tudo o que este povo te pede, porquanto não é a ti que eles rejeitam, mas sim a minha própria pessoa, porque não desejam mais que Eu reine sobre eles! (1 Samuel 8:6-7)
Nessa passagem, Deus instrui Samuel a atender o
pedido do povo e nomear um rei para governar sobre Israel. No entanto, Deus
também deixa claro que o desejo do povo por um rei humano representa uma
rejeição de sua soberania como o verdadeiro Rei de Israel.
A preocupação de Deus é que o povo estava buscando
um rei humano para ser seu governante terreno, em vez de confiar em Deus como
seu líder e protetor. Deus sempre foi o Rei e Governante supremo de Israel, mas
o povo estava buscando um líder terreno, como as outras nações pagãs ao seu
redor.
Posteriormente, Samuel unge Saul como o primeiro
rei de Israel, cumprindo a vontade do povo e de Deus. No entanto, ao longo da
história de Israel, a escolha de um rei humano trouxe desafios e consequências,
incluindo a sucessão de reis que nem sempre governavam com justiça e retidão.
A ideia de que o governo é escolhido pelo povo e é
uma representação de sua vontade é especialmente evidente nas Escrituras
Sagradas. Assim, o governo é considerado uma extensão da vontade do povo, e
seus líderes são responsáveis por servir os interesses e necessidades da
sociedade.
Durante o tempo do livro de
Juízes, por exemplo, o povo Judeu estava tão longe de Deus, que muitos
capítulos do livro começam com a mesma declaração semelhante, que é - porque o
povo está longe de Deus, os governantes de nosso povo também estão longe de
Deus. Veja:
E aconteceu que logo depois da morte de Eúde, novamente os filhos de Israel praticaram o que Yahweh, o SENHOR condena. Assim o SENHOR Deus os entregou nas mãos de Jabim, rei de Canaã, que dominava em Hazor. O comandante do seu exército era Sísera, que habitava em Harosete-Hagoim. (Juízes 4:1-3)
Novamente o povo de Israel pecou contra Yahweh, o SENHOR, e por este motivo Ele os entregou nas mãos dos midianitas. E a mão de Midiã se tornou cada vez mais pesada sobre os israelitas; por isso os filhos de Israel construíram para si esconderijos nas montanhas, nas cavernas e nas fortalezas. (Juízes 6:1-3)
Os israelitas pecaram uma vez mais contra Yahweh, o SENHOR, e por este motivo Ele permitiu que sofressem por quarenta anos sob o domínio dos filisteus. (Juízes 13:1)
Por tanto, Deus deu ao povo de Israel o que
era devido ao povo de Israel, permitindo que maus governantes governassem o
povo. Isso significa que Deus amou, apoiou e se alegrou com o trabalho dessas
autoridades idólatras? Claro que não. Mas foi a rejeição do povo aos
mandamentos de Deus que os levou a uma situação de sujeição aos governantes malignos.
Quando o povo de Israel adorou ídolos e escolheu para si governantes idólatras,
Deus não parou em favor do povo de Israel, mas permitiu seu governo, portanto,
pode-se dizer que esses governantes foram "nomeados em nome de Deus".
Para concluir.
Não há governo exceto em nome de
Deus - o que significa que Deus permite que um certo governo surja (ou
caia) de acordo com o estado do povo. A Alemanha nazista é um bom exemplo
disso. O povo, que se afastou cada vez mais da Palavra de Deus - trouxe sobre
si um governo sombrio e maligno - como seu próprio rosto. É claro que isso não
significa que Deus é quem iniciou, apoiou ou se interessou pela existência do
regime nazista e suas ações. Vou enfatizar novamente - o fato de que Deus
permitiu ou permite algum governo, não significa que o governo seja bom, que o
governo represente Deus, que o governo trabalhe nos caminhos de Deus ou que
Deus esteja interessado nele. Mas Deus permite liberdade de escolha para a
humanidade. "Para nossa sorte", Deus também sabe extrair doçura de
todas as situações, mesmo das situações mais amargas que nós humanos iremos
produzir (e sim, até dos regimes mais sombrios - e o fato de estarmos agora
aqui na Terra do Israel!)
A implicação para nós como crentes é dupla:
1) Sempre faça uma comparação entre os padrões das Sagradas Escrituras e as
autoridades governamentais.
2) Ore sempre por nossos líderes - mesmo que não estejamos entusiasmados com
eles.
Em qualquer contexto político, é essencial que os
cidadãos estejam vigilantes e engajados, buscando a justiça, a equidade e a
responsabilidade dos líderes governamentais. Isso inclui o exercício dos
direitos democráticos, como votar e participar de processos políticos, bem como
defender princípios éticos e morais que reflitam os valores de sua fé ou
crenças pessoais. A busca por governos justos e representativos é um desafio
constante que exige o envolvimento ativo e responsável de todos os membros da
sociedade.
Fonte:
[1] https://www.messianic.co.il/author/messianic/
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