O Senhor Jesus, cabeça da Igreja (Ef 5.23), validou toda a Lei
Mosaica, inclusive as 613 disposições, ordens e proibições, ao afirmar: “É mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da Lei” (Lc 16.17). Ele avançou mais um passo, dizendo: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir” (Mt 5.17). Jesus, ao nascer, também foi colocado sob a Lei: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4). Ele foi criado e educado segundo os preceitos da Lei, pois cumpria suas exigências.
O Senhor Jesus, porém, não apenas se ateve pessoalmente a toda a Lei
de Moisés. Foi essa mesma Lei que O condenou à morte. Quando tomou sobre
Si todos os nossos pecados, teve de morrer por eles, pois a Lei assim o
exige. Vemos que a Lei foi cumprida e vivida por Jesus, e através dEle
ela alcançou seu objetivo. Por isso está escrito que “...o fim da Lei é Cristo” (Rm 10.4).
Quando sou confrontado com a Lei Mosaica, ela me apresenta uma exigência que devo cumprir. Deus diz em Sua Lei : “...eu sou santo...” e exige de nós: “...vós sereis santos...” (Lv 11.44-45). Assim, a Lei me coloca diante do problema do pecado, que não posso resolver sozinho. O apóstolo Paulo escreve: “...eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado” (Rm 7.14).
A lei expõe e revela nossa incapacidade de atender às exigências
divinas, pois ela nos confronta com o padrão de Deus. Ela nos mostra a
verdadeira maneira de adorá-lO, estabelece as diretrizes segundo as
quais devemos viver e regulamenta nossas relações com nosso próximo.
Além disso, a Lei é o fundamento que um dia norteará a sentença que
receberemos quando nossa vida for julgada por Deus. Pela Lei,
reconhecemos quem é Deus e como nós devemos ser e nos portar. Mas existe
uma coisa que a Lei não pode: ela não consegue nos salvar. Ela nos
expõe diante de Deus e mostra que somos pecadores culpados. Essa é sua
função.
Lembremos que Jesus disse: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir” (Mt 5.17).
O Filho de Deus está afirmando que veio a este mundo para cumprir a Lei
com todas as suas 613 disposições, ordenanças e proibições. Ele
realmente cumpriu todas elas, pelo que está escrito: “...o fim da lei é Cristo” (Rm 10.4).
Ele conduziu a Lei ao seu final; ela está cumprida. Por que Ele o fez?
Encontramos a resposta quando lemos o versículo inteiro: “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4). Jesus cumpriu a Lei para todos, mas Sua obra é eficaz apenas para todo aquele que crê. Segundo a Bíblia, que tipo de fé é essa? É a fé que sabe...
...que pessoa alguma é capaz de cumprir a Lei e que ninguém consegue satisfazer as exigências divinas.
... que para isso o Filho de Deus, Jesus Cristo, veio ao mundo, cumprindo as exigências da Lei até nos mínimos detalhes.
...que Jesus Cristo tomou sobre Si, em meu lugar, o castigo da Lei, que é a morte.
Agora, talvez, muitos perguntem: Não estamos removendo a base que
sustenta uma ética comprometida ao dizermos que a Lei não vale mais para
os cristãos renascidos? Será que saberemos como nos comportar e o que é
certo ou errado se dissermos que não é preciso cumprir a Lei de Moisés?
Jesus estabeleceu uma ética muito superior...
...à ética da Lei de Moisés. Ela exige: “Não adulterarás” (Êx 20.14). Mas Jesus disse: “qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela” (Mt 5.28). A lei de Moisés impõe: “Não matarás” (Êx 20.13). Mas Jesus ensina: “Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5.44).
A ética estabelecida por Jesus Cristo supera tudo que já houve em
matéria de lei moral e toda e qualquer possibilidade dentro da ética
humana. Jesus exige que cumpramos normas diametralmente opostas ao nosso
comportamento natural. Essa ética estabelecida por Jesus só pode ser
seguida por pessoas que nasceram de novo, que entregaram todo o seu ser
ao Senhor: “Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei” (Hb 10.16). A Bíblia diz, ainda, acerca dos renascidos: Deus “...nos
habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas
do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica” (2 Co 3.6).
Curiosamente, Paulo escreveu essas palavras justamente à igreja que
tinha mais problemas com ira, ciúme, imoralidade, libertinagem e
impureza espiritual entre seus membros. Mas, ao admoestá-los, ele estava
dizendo aos crentes de Corinto – e, por extensão, a todos nós – que é
possível ter uma ética superior e viver segundo os elevados preceitos de
Jesus quando nascemos de novo. Com isso os cristãos não estão
rejeitando a ética da Lei de Moisés mas estabelecem uma ética muito
superior, a ética do Espírito Santo, do qual a Bíblia diz: “Mas o
fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não
há lei” (Gl 5.22-23).
Como, porém, colocamos isso em prática? Simplesmente vivendo um
relacionamento íntimo e autêntico com Jesus Cristo. O que pensamos, o
que falamos, o que fazemos ou deixamos de fazer deve ser determinado
somente por Jesus: “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus” (Cl 3.17).
Na prática, devemos nos comportar como se tudo o que fizermos levasse a
assinatura de Jesus. Somente quando nos entregarmos completamente ao
Senhor Jesus poderemos produzir fruto espiritual. Quando submetermos
nosso ser ao Senhor, o fruto do Espírito poderá crescer em nós em todos
os seus nove aspectos. Talvez nós mesmos nem o percebamos, mas
certamente as pessoas que nos cercam perceberão que o Espírito está
frutificando em nós. Que seja assim na vida de todos nós! (Samuel
Rindlisbacher - http://www.beth-shalom.com.br)
Fonte: http://www.beth-shalom.com.br/artigos/lei.html
Graças a Deus por nosso Senhor Jesus Cristo Amém. Deus abençoe grandemente