A denuncia foi feita pelo deputado
estadual de Goiás, Fábio Sousa (PSDB), em sessão plenária de
terça-feira (26). Segundo o deputado, ele recebeu a cartilha de uma
professora da rede municipal de Goiânia, capital de Goiás, onde as
escolas do ensino fundamental estão adotando uma cartilha editada pelo
Ministério da Educação que ensina as crianças a se livrar de feitiçaria
com a mesma prática.
“Existe uma cartilha que conta a
história de um bebê que mata sua família com uma faca. Além disso,
dentro do kit vem uma diadema com chifres, um chapéu de bruxa com peruca
e unhas de mentira e cálice de caveira, na qual a professora deveria
usar ao ler as histórias de terror. O que mais me assusta é que se trata
de um material voltado para crianças de seis, sete anos, chancelado
pelo Ministério da Educação. Isto não tem nada a ver com folclore
brasileiro e é inclusive algo que ofende diversas crenças religiosas,
seja a católica, a evangélica, a espírita ou a umbanda”, disse o deputado.
Lição de feitiçaria
O livro ensina crianças a fazerem feitiços. Uma das partes – dirigida a uma criança de seis anos – diz: “Feitiço
para transformar criança em passarinho: Ingredientes: penas de pássaro
preto, água benta e uma colher de alpiste. Antídoto: o feitiço dura
apenas uma hora e não há antídoto para ele. Melhor esperar passar o
tempo. Modo de fazer: arranque as penas do pássaro preto enquanto ele
estiver cantando. Use um pequeno caldeirão para misturar a pena, um
pouco de água benta e uma colher de alpiste. Enquanto mexe, repita:
passarinho quer pousar, não deu, quebrou a coluna”. O livro continua, observando o que seria a reação ao feitiço: “Você começará a sentir coisas estranhas. Lembre-se de fazer isso ao ar livre, para poder voar com segurança.”
O deputado estadual Simeyzon Silveira
(PSC), na quarta-feira (27), apresentou requerimento para que o livro
seja imediatamente retirado das escolas.
Em seu blog, Simeyzon destacou sua preocupação acerca do material:
“A minha preocupação, na verdade, é que uma criança pode pegar este exemplo e pular de um prédio. De quem será a responsabilidade? Pois um livro que é didático e está na escola, está ensinando crianças a se tornarem passarinhos. Na verdade, isto é uma irresponsabilidade do Ministério da Educação.Eu, como deputado, acredito que juntamente com meus colegas parlamentares deveríamos fazer um documento veementemente contra esta publicação. Assim como o deputado Fábio Sousa afirmou, nós não podemos impor religião a nenhuma criança, mas também não precisamos de um livro ensinando estas crianças a fazerem macumba nas escolas. O livro é apenas de feitiços.
Penso que não é isso que a nossa população quer ver nas escolas. Eu fiz parte de uma geração que foi ensinada com os princípios de moral cívica, de cidadania. Hoje, um aluno – de escola pública ou particular – não sabe cantar nem o i hino nacional.
Precisamos que as crianças aprendam sobre política, por exemplo. Muitas pessoas, hoje, não sabem o que é direita, esquerda, não sabem o que são as ideologias partidárias. Um tempo onde se defende a ignorância de um povo.
Eu defendo que devamos criar uma frente para evitar materiais ruins como este, que tentam impor uma minoria. Querendo ou não, nosso País tem uma maioria Cristã, que acredita em valores cristãos.
Eu não quero ver meus filhos fazendo sacrifícios em animais em uma escola, e nem livro que afirma que ele pode se tornar um passarinho e que pode sair voando livremente.
Defendo que se retire de forma urgente este livro das nossas escolas. Professores vestidos de diabinhos e ensinando a fazer macumbas em escolas. Não é isso que defendemos às nossas crianças.”
O deputado Fábio Souza, na
quarta-feira(27), em discurso no plenário, manifestou apoio ao
requerimento de Simeyzon para retirada do material das salas de aula e
culpou o Ministério da Educação pelo material - “A culpa não é de nenhuma prefeitura. É do Ministério da Educação, que distribui este material”, disse o parlamentar.
Este caso foi denunciado em
Goiás, mas o material é distribuído pelo Governo Federal. Procure saber
se o kit também não está sendo distribuído e implantado na educação de
seu estado, pois, por se tratar de uma distribuição federal, é bem
provável que esteja.